Artur de Souza Nascimento, conhecido como Tute (Rio de Janeiro, 1 de Julho de 1886 – 15 de junho de 1957), foi músico, violonista de 6 e 7 cordas, bandolinista e banjoista brasileiro.
Na sua juventude fez parte da banda do Corpo de Bombeiros sob a regência de Anacleto de Medeiros. É considerado o introdutor do violão de 7 cordas (com a sétima corda afinada em dó) nos conjuntos regionais de choro dos quais fez parte.
Tute é mais um dos músicos brasileiros que tiveram sua formação musical ligada às bandas marciais.Começou muito jovem sua carreira na banda do Corpo de Bombeiros sob a regência de Anacleto de Medeiros, como executante de bombo e pratos.
O violão (de seis e sete cordas). o bandolim e o banjo vieram depois -- num aprendizado auto-didata, ou com professores cujos nomes se perderam no tempo.
"Eu achava lindo o Tute tocando aquele violão, mas não queria que ele pensasse que eu o estava imitando, então só comecei a tocar sete cordas depois que ele morreu. [...] Eu gostava do som do Seu Tute [...] e passei para o sete cordas.” (Dino Sete Cordas)
O violão que Tute tocava, com sete cordas de metal, não tem sua origem definida. Bem antes de ser adotado por Tute e China (irmão de Pixinguinha) – os pioneiros no uso do violão de sete cordas no Brasil –, era um instrumento popular na Rússia, embora com afinação diferente.
Algumas fontes indicam ciganos russos que freqüentavam a casa da Tia Ciata – um dos berços do samba – no Rio de Janeiro possam ter introduzido o instrumento aqui. Outros levantam a hipótese de que Tute tenha importado um desses violões da França, ou encomendado o seu sete cordas a algum luthier do Rio, buscando um instrumento com notas mais graves.
Tute e China usavam o sete cordas com a sétima corda afinada em dó. Em lugar das cordas de tripa tradicionais, deram preferência às cordas de aço, sendo a sétima corda “emprestada” do violoncelo.
“A corda de aço também foi uma necessidade de época, já que, no início não havia amplificação para os instrumentos. Essa corda, tocada com dedeira no polegar, produz um volume muito mais intenso, permitindo que seja ouvida mesmo em ambientes como o de um circo, entre um flautim e um bombardino. Violonistas como Tute e Dino, de toque firme, também eram admirados pela sonoridade que conseguiam extrair e por poderem ser ouvidos com seus instrumentos em meio ao grupo.” [Remo Tarazona Pellegrini]
O surgimento do violão de sete cordas nos grupos de choro marca o declínio do uso da tuba ou do trombone para fazer os baixos. Com seu “novo” instrumento, Tute participou de vários grupos, como o de Chiquinha Gonzaga, Gente Boa, Grupo da Velha Guarda, Os Cinco Companheiros, Orquestra Copacabana e Orquestra do Teatro Rio Branco, fazendo com que pouco a pouco se tornasse essencial.
Para Luperce Miranda, Tute era um violonista pé-de-boi, de som forte, firme no acompanhamento, permitindo que os solistas tivessem mais liberdade na interpretação e na improvisação. Juntos, participaram de várias gravações, inclusive o registro original de “No tabuleiro da baiana”, de Ary Barroso, com Carmen Miranda e Luiz Barbosa.
Acima de tudo, tal como Dino, Tute foi um violonista de “base”, sem pretensões de ser o protagonista.
A principal diferença entre Tute e Dino Sete Cordas, que o sucedeu, está em que Tute marcava os baixos e usava notas de passagem, enquanto que Dino trouxe para o instrumento características contrapontísticas e harmônicas sofisticadas, repletas de inversões, figuras rítmicas e variações até então inéditas no choro.
Tute tocava também violão de seis cordas, bandolim e banjo, mas nenhum deles era seu instrumento de preferência, e todos tiveram pouca importância em sua carreira.
A carreira de Tute vai desde o final da década de 1900 até o início da década de 1950: quase 50 anos de música.
O começo foi no início do século XX, na Banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, como percussionista, regido por Anacleto de Medeiros.
Em meados da década de 1900, aparece tocando já aparecia tocando o sete cordas no Grupo Chiquinha Gonzaga, e participa também de diversos outros grupos daquela época.
Na década de 1910, como violonista da Orquestra do Teatro Rio Branco, foi ele quem apresentou Pixinguinha – na época, com 15 anos – ao maestro Paulino Sacramento, abrindo as portas para que Pixinguinha tocasse pela primeira vez numa orquestra.
Mais adiante, aparece tocando com o Choro Carioca e o Grupo Carioca, os primeiros conjuntos organizados por Pixinguinha. Ao contrário do que aparece em diversas fontes, não foi integrante dos Oito Batutas, cujo violão de sete cordas estava a cargo de China, irmão de Pixinguinha.
Entre 1929 e 1945, manteve uma longa colaboração com Luperce Miranda, no disco e nas Rádios Nacional e Mayrink Veiga, participando do seu regional, acompanhando músicos – como Luiz Americano – e cantores – como Francisco Alves, Carmen Miranda, Mário Reis e Orlando Silva – em apresentações ao vivo e gravações.
Chegou a tocar e gravar em duo com o violonista Laurindo Almeida, então em início de carreira.
Tute não tem discografia própria.
Nos primeiros discos da Banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro – responsáveis por algumas das primeiras gravações em disco no Brasil – é quase certo que Tute esteja presente, embora sem seu violão. Na Banda, ele era percussionista.
Ele pode ser ouvido, com certeza, em:
“Chiquinha Gonzaga – A Maestrina” (Revivendo, CD/1999). Aqui, Tute aparece como parte do Grupo Chiquinha Gonzaga, em gravações do início de sua carreira, nas décadas de 1900 e 1910
“Memórias Musicais – CD 6 – O Passos no Choro” (Biscoito Fino, CD/2002) no qual Tute aparece como parte do grupo de Antonio Maria Passos, chamado O Passos no Choro – provavelmente com a mesma formação do Grupo Chiquinha Gonzaga, porém sem a participação da maestrina
“Memórias Musicais – CD 2 – Conjunto Choro Carioca e Grupo Carioca” (Biscoito Fino, CD/2002). Aqui, Tute aparece como parte dos grupos de Pixinguinha, em gravações da década de 1910
Para ouvi-lo em gravações da década de 1930, pode-se acessar o site do Instituto Moreira Sales. Ali há gravações nas quais ele aparece como acompanhante em muitos 78 rpm, principalmente em dupla com Luperce Miranda.
Embora tenha permanecido na ativa até quase o final da vida, a sua participação em discos instrumentais da década de 1940 praticamente inexiste.
A obra conhecida de Tute como compositor é mínima, apenas três obras que nunca chegaram a fazer parte do repertório dos chorões:
"Sonhos de Nair"
"Pra frente é que se anda"
"Alma e coração"
Fonte: [Wikipédia][http://musicosdobrasil.com.br/tute]
Edição: [Ygor Furtado]
Fez parte e ajudou a escrever a história da música brasileira!
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ResponderExcluirDe acordo com esta fonte
ResponderExcluir(https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/3671079.pdf), não era Tute que fazia parte do grupo "Choro Carioca". Este grupo era formado por Irineu de Almeida (oficleide e bombardino), Pixinguinha (flauta), Otávio da Rocha Viana (o "China", no violão de 7 cordas), Leo da Rocha Viana (violão), Henrique da Rocha Viana (cavaquinho) e, em algumas gravações, Bonfiglio de Oliveira (trompete), e gravou no início da década de 1910. Tute participou sim, nesta década (1910) dos grupos "Grupo Chiquinha Gonzaga" (formado pela famosa maestrina ao piano, por Antonio Maria Passos - flauta, por Tute - violão de 7 cordas e por Nelson dos Santos Alves - cavaquinho), grupo "O Passos no choro" (formado por Antonio Maria Passos - flauta, por Tute - violão de 7 cordas e por Nelson dos Santos Alves - cavaquinho), "Grupo Carioca" (formado por Cândido Pereira da Silva - trombone, Tute - violão de 7 cordas e Nelson dos Santos Alves - cavaquinho). Outras fontes confiáveis dão conta disto, mas não saberia citá-las aqui, agora. No mais, parabéns ao autor do artigo pela pesquisa e divulgação do instrumento violão de 7 cordas e do trabalho imenso e inestimável do grande Tute. Eu mesmo toco violão e já "garimpei" muito na internet a procura de gravações dele, de quem sou agora um "fã". Um grande abraço.
Também estou procurando contato de familiares do Tute, se alguem souber entre em contato com jordao7cordas@gmail.com
ResponderExcluirGrato!
Sou Julio Cesar de Souza Nascimento, filho de Carlos Artur de Souza Nascimento que tem o pai que se chamava: Artur de Souza Nascimento Filho, tudo indica que Arthur de Souza Nascimento bateria meu bisavó, me ajude nesta procura ir favor, E-mail cesarnascimentosouza@gmail.com
ExcluirTodos são Cariocas e a maioria deles seguia a carreira no Corpo de Bombeiros.
Sou Julio Cesar de Souza Nascimento, filho de Carlos Artur de Souza Nascimento que tem o pai que se chamava: Artur de Souza Nascimento Filho, tudo indica que Arthur de Souza Nascimento bateria meu bisavó, me ajude nesta procura ir favor, E-mail cesarnascimentosouza@gmail.com
ResponderExcluirTodos são Cariocas e a maioria deles seguia a carreira no Corpo de Bombeiros.
ResponderExcluirEu sou Julio Cesar de Souza Nascimento, bisneto de TuTe, (31)985999620
ResponderExcluirO ano de falecimento de Tute está errado: ele faleceu em 1951, não foi em 1957 não.
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