quarta-feira, 8 de abril de 2009

Paulo Roberto Pereira Araújo.(Paulão 7 Cordas)


Paulo Roberto Pereira Araújo* 29/09/1958 Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Instrumentista, arranjador, produtor musical.


Formação


O avô paterno de Paulão 7 Cordas era clarinetista e mestre de banda e a ele estão ligadas as memórias musicais mais antigas de seu neto.
“Exatamente as aulas de música dadas pelo meu avô em sua casa. Sempre que ia passar férias com ele, o que acontecia todos os anos, ficava encantado com todo aquele movimento.”

Foi com o avô que, numa dessas férias, Paulão começou a aprender música e, como bom mestre de banda, ele primeiramente deu ao neto noções de teoria musical.

Os métodos utilizados, então, foram os de Pascoal Bona – “Método Completo para Divisão Musical” (Editora Irmãos Vitale) -, "Teoria Elementar da Música" (Editora Ricordi), de Oswaldo Lacerda, e "Manual de Harmonia" (Edição do Autor), de Paulo Silva.

Porém, mais do que os livros, o que ficou de útil e agradável deste aprendizado para Paulão 7 Cordas foi “fazer música com outras pessoas.”

Decisivo mesmo em sua formação musical foi seu professor de violão,
José David Alves.

No entanto, grande parte desta formação se deu de forma autodidata. “Tive, com meu avô, só aulas de teoria, e só tive um professor de violão; fui aprendendo muita coisa depois que me profissionalizei.”

“Sou um músico que sempre tocou samba e choro.Sendo assim, aprendi muita coisa com Nelson Cavaquinho, Mauro Duarte, Elton Medeiros, e com os violonistas Dino Sete Cordas, Hélio Capucci, Arlindo Cachimbo, Damázio e Hilton Magno.” Estes são os músicos que foram importantes para o músico que Paulão 7 Cordas é hoje.


Professor


Paulão 7 Cordas não dá aulas regularmente. No entanto, “sou bastante procurado por jovens que querem conhecer o violão de samba e, a partir disso, dou algumas aulas.”
“Normalmente, são alunos já tocando bem, mas que têm por base o violão de concerto e desejam tocar samba e choro fazendo harmonizações e baixarias, que é o termo que se usa para o contraponto no violão de choro e, também, de samba.”

Como se pode perceber, a estes alunos Paulão dá aulas de violão de 7 cordas.

O método de ensino de Paulão é “uma mistura de coisas”. “Como sou procurado na maioria das vezes por pessoas de boa base, sentamos, tocamos,ouvimos violonistas importantes e trabalhamos um repertório.”

A estes alunos, Paulão 7 Cordas costuma indicar o “Novo Método de Violão - Opus 59” e "25 Estudos Melódicos e Progressivos" (Ed. Irmãos Vitale), ambos de Matteo Carcassi.


Instrumentista


Paulão 7 Cordas toca violões de seis e de sete cordas.
Apesar dos inúmeros compromissos profissionais, o violonista procura manter uma rotina diária de quatro horas de estudos.

Preferencialmente na parte da manhã, “faço um pouco de escalas e arpejos e toco peças que me ajudem a resolver as dificuldades do instrumento.”

A característica principal de seu estilo como instrumentista foi sendo determinada pelo tipo de trabalho que Paulão 7 Cordas desenvolve. “Procuro sempre manter uma grande sintonia com quem estou tocando, já que sou mais acompanhador do que solista.”

Paulão não se considera “um grande improvisador” e pensa que sua assinatura musical seja “fazer boas harmonias e tocar com simplicidade.”

Como instrumentista, as influências mais importantes para Paulão vêm de Dino Sete Cordas e Meira, especialmente no trabalho de ambos nos dois primeiros discos de Cartola, lançados em 1974 e 1976 pela gravadora paulistana Marcus Pereira, com o nome do compositor como título.


Arranjador


Paulão 7 Cordas escreve arranjos para pequenos grupos.
Entre seus arranjos, escolhe como mais representativos os escritos para os discos de Tantinho da Mangueira – “Tantinho, Memória Em Verde E Rosa” (Produção Independente, CD duplo, 2006); Wilson Moreira – “Entidades I” (Selo Rádio MEC/Rob Digital, CD/2002), disco também produzido por Paulão; e “O Samba É Minha Nobreza” (Biscoito Fino, CD/2002), que reúne diversos intérpretes e instrumentistas.

Paulão considera que a característica principal de seus arranjos seja o fato de que trabalha muito a percussão junto às harmonias.

Os maestros Ivan Paulo, o Carioca e Rildo Hora são as maiores influências de Paulão 7 Cordas como arranjador:


Carreira


Para Paulão 7 Cordas as principais fases de sua carreira musical são “a década de 1980 para gravações como violonista, e a atual como produtor.”
Entre essas duas fases, a mudança natural que vem acontecendo é o fato de que, “na primeira, eu gravei muitos discos; nesta fase atual, tenho atuado em estúdio mais como produtor.”

Como gravações mais representativas de cada uma destas fases, Paulão aponta, na primeira fase, o disco “Jeito Moleque” (RCA, LP/1988, CD/1996), de Zeca Pagodinho e, na segunda, o disco “Tudo Azul” (EMI, CD/2000), da Velha Guarda da Portela, do qual é o arranjador. (n. e.: no site http://www.discosdobrasil.com.br/ estão catalogadas 485 músicas, em 58 discos, com arranjos de Paulão 7 Cordas).

“No maestro Ivan, a eficiência para resolver os problemas de harmonia e sua condução das gravações de estúdio. Do maestro Rildo observo muito a originalidade e o uso de formações camerísticas junto com as percussões de samba.”


Preferências


Para si mesmo, Paulão 7 Cordas gosta de tocar músicas de João Pernambuco.
Para ouvir, Radamés Gnattali, Baden Powell, Jacob do Bandolim, Pixinguinha, Noel Rosa e Cartola. “Tudo desses caras é maravilhoso.”

Os discos de Marco Pereira, Dominguinhos, Radamés Gnattali, Andrés Segovia, Julian Bream, Hamilton de Holanda, Nei Lopes, Elton Medeiros,Cristina Buarque, Paulo Bellinati “e etc.”, são os que Paulão mais ouve repetidamente.

Paulão “gostaria de ter participado da gravação da suíte‘Retratos’, de Radamés Gnattali e Camerata Carioca” (“Tributo A Jacob do Bandolim”, WEA, LP/1979, CD/1994).

A suíte “Retratos”, de Radamés Gnattali, é a composição que Paulão gostaria de ter feito, assim como são também de Radamés os arranjos que gostaria de ter assinado.

Como comentário final, Paulão 7 Cordas diz: “Gosto de música instrumental brasileira.”


Discografia


Como instrumentista e arranjador, ver http://www.discosdobrasil.com.br/ .



Edição: [Ygor Furtado]




Entrevista: Paulão Sete Cordas

Um comentário:

  1. Prezado Paulo, meu nome é Rosimeri Faticati morei no conj. da cohab em benfica, vi uma homenagem que o Zeca Pagodinho fez para você na TV, e estou curiosa para saber se você é um amigo de + ou - 30 anos, que morava no conj. do ex-combate, irmão da Tania e da Vânia que estudaram no colegio Clovis Monteiro. Se for essa peesoa, gostaria de parabeniza-lo pelo seu sucesso pois você merece. Só para lembrar sou amiga do Edson da tia nenem, amigo da Fatima da Nanci e da Vera

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