sábado, 4 de abril de 2009
Rafael Baptista Rabello. (Raphael Rabello)
Rafael Baptista Rabello (Petrópolis, 31 de outubro 1962 — 27 de abril 1995) foi um grande violonista e compositor brasileiro.
Raphael Rabello é uma das maiores referências na história do violão brasileiro. Precocemente morto aos 32 anos, em 1995, deixou uma discografia numerosa e de grande qualidade, contando com 16 discos gravados, alguns solo e outros em duo com grandes nomes da música do Brasil. Virtuose reconhecido internacionalmente, não teve tempo de se dedicar à divulgação da sua própria obra como compositor.
Início:
Raphael Rabello nasceu em uma família musical: sua irmã Luciana Rabello se tornou conhecida com o seu cavaquinho, e seu primeiro professor de violão foi um irmão mais velho. ele também tomou lições de violão com Jaime Florence (o famoso "Meyra", que também deu aulas à Baden Powell nos anos 40). Ele passou a tocar o violão de sete cordas influenciado por Dino 7 Cordas. Ele já tocava profissionalmente em sua adolêscencia, sua primeira aparição como coadjuvante foi aos 14 anos, em uma gravação de choro pelo violonista clássico Turibio Santos.
Raphael teve aulas com o lendário Dino 7 Cordas, com quem gravou um LP em 1991. Raphael, por um tempo, dedicou-se somente ao violão de sete cordas, chegando, inclusive, a adotar o nome " Raphael 7 Cordas " (o mesmo nome de seu primeiro LP). No início dos anos 80, ele participou como instrumentista em famosas gravações de samba como por exemplo: "Minha Missão", de João Nogueira. Ele desenvolveu um ritmo de samba para violão que é reproduzido por diversos violonistas de hoje em dia.[carece de fontes?]
Sobre Raphael, Dino disse: “Ele não tem limitações. Técnica, velocidade, bom gosto harmonico, um artista completo.”
Revelação:
Seus anos mais produtivos foram entre 1982 e 1995. Ele foi considerado por muitos, o melhor violonista de sua geração. Raphael tocava muitos estilos distintos, mas era especializado em choro.
Ele participou de concertos e gravações com famosos musicos brasileiros, tais como Tom Jobim, Ney Matogrosso, Jacques Morelenbaum e Paulo Moura, como também instrumentistas internacionais, como por exemplo Paco de Lucia.
Anos finais:
Em 1989 Raphael se envolveu em um acidente de carro e sofreu múltiplas fraturas em seu braço direito. Para a surpresa de muitos, ele recuperou-se completamente e continuou a tocar como antes. Porém, por conta deste acidente, ele teve que fazer uma transfusão de sangue, e foi tragicamente contaminado pelo vírus do HIV. Sua vida mudou completamente depois disso, ele se tornou um viciado em cocaína e álcool, passava noites inteiras usando drogas e tocando violão. Morreu de infecção generalizada em 27 de abril de 1995.
Legado:
Rabello teve 2 CD's gravados em sua homenagem e uma escola nomeada com seu nome. O último trabalho feito em sua homenagem, era o que ele se encontrava produzindo antes de sua morte: Um tributo à Lourenço da Fonseca Barbosa, conhecido por "Capiba" (1904–1997). Ele foi um dos arranjadores, também creditado como produtor, tocou grande parte do violão do disco e mesmo, cantou uma das canções. A lista de cantores convidados é realmente impressionante: Chico Buarque, Paulinho da Viola, Gal Costa, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Alceu Valença, João Bosco, e Ney Matogrosso.
Alguns violonistas manifestaram suas opiniões sobre Raphael Rabello:
“O melhor violonista que eu já ouvi em anos. Ele ultrapassou as limitações técnicas do violão, e sua música vinha progressivamente de sua alma, diretamente para os corações de quem o admirava.” — Paco de Lucia[2]
“Raphael Rabello foi simplesmente um dos maiores violonistas que já existiu. Seu nível de introspecção no potencial do instrumento só foi alcançado, talvez, pelo grande Paco de Lucia. Ele foi ‘o’ Violonista Brasileiro de nosso tempo, na minha opinião. Sua morte, em uma idade ainda tão jovem e uma perda incrivelmente dolorosa, não apenas pelo que ele já tinha feito, e sim pelo que ele poderia vir a fazer.” — Pat Metheny[3]
“Esse é o CD perdido entre a escassa discografia de Raphael Rabello. É como um sonho se tornando realidade ver esse CD realizado, um dos melhores álbuns de violão solo que eu já ouvi. Uma importante contribuição do violão brasileiro.” — Paulo Bellinati [4]
“Raphael Rabello foi um dos mais notáveis violonistas de todos os tempos. A sua "pegada" era muito expressiva e confiante, com interpretações vibrantes e técnica exuberante. A contribuição dele foi essencial, deixando uma das mais ricas e memoráveis páginas na historia do violão brasileiro.” — Marco Pereira[5]
“Se o violão tem se estabelecido mais uma vez como a principal voz instrumenal da música moderna brasileira, muito do crédito pode ser dado a Raphael Rabello…” — Mark Holston, Guitar Player Magazine[6]
“Ele foi um incrível violonista. Eu nunca vi igual... ele foi único.” — Francis Hime, Guitar Player Magazine[7]
“ Esse é um dos melhores violonistas que eu já ouvi.” — Lee Ritenour, JazzTimes Magazine
“ Raphael era um amigo muito próximo. Quando eu o conheci, eu fiquei impressionada com o seu talento. Eu estava estonteada pela sua genialidade.” — Gal Costa
Discografia:
Mestre Capiba (2002) (Lançamento póstumo)
Amélia Rabelo & Raphael Rabello (2001) (Lançamento póstumo)
Raphael Rabello & Armandinho em Concerto (1997)
Brasil Musical - Série Música Viva - Armandinho E Raphael Rabello (1996)
Relendo Dilermando Reis (1994)
Cry, My Guitar (Gravado em 1994, lançado postumamente)
Delicatesse - Raphael Rabello e Déo Rian (1993)
Dois Irmãos - Raphael Rabello e Paulo Moura (1992)
Todos os Tons - Raphael Rabello (1992)
Shades of Rio - Romero Lumambo e Raphael Rabello (1992)
Todo o Sentimento - Raphael Rabello e Elizeth Cardoso (1991)
Raphael Rabello e Dino 7 Cordas (1991)
À Flor Da Pele - Ney Matogrosso e Raphael Rabello (1990)
Raphael Rabello (1988)
Raphael Rabello Interpreta Radamés Gnattali (1987)
Raphael 7 Cordas (1982)
Tributo a Garoto - Radamés Gnattali e Raphael Rabello (1982)
Os Carioquinhas no Choro (1977)
Fonte: [Wikipédia]
Edição: [Ygor Furtado]
Armandinho & Raphael Rabello: Noites Cariocas.
RAPHAEL RABELLO: ODEON
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