domingo, 5 de abril de 2009

Otávio Littleton da Rocha Vianna.(China)


Otávio Littleton da Rocha Vianna*(China) 16/05/1888 Rio de Janeiro, RJ, Brasil.† 27/08/1927 Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Instrumentista.


O pai de China era flautista amador, chorão, colecionador de partituras dos primórdios do choro, e organizador de saraus freqüentes em sua casa, dos quais participavam músicos importantes do Rio de Janeiro, como Quincas Laranjeira, Irineu de Almeida (Irineu Batina) e Candinho Trombone.
A casa de Seu Alfredo Vianna servia, também, de abrigo a amigos músicos de passagem pelo Rio de Janeiro, ou com dificuldades para conseguir moradia. A tal ponto que ficou conhecida como “Pensão Vianna”.

Além disso, Seu Alfredo, entre outras virtudes, foi o pai de Pixinguinha.
Foi nesse ambiente que China nasceu e cresceu, num subúrbio do Rio de Janeiro, aprendendo com a música que estava no ar e também com pelo menos um professor “de verdade”, chamado Borges Leitão, seu vizinho de rua.

China sempre foi, em sua curta vida, um músico de grupo.

Juntamente com Tute, China está entre os pioneiros do violão de sete cordas que, segundo alguns, chegou ao Rio de Janeiro com imigrantes russos. Como a sétima corda não era fabricada aqui, usava-se uma corda de violoncelo –costume que perdurou durante décadas.

"Há uma foto de 1910 em que China empunha o instrumento. O que não quer dizer que ele tenha sido de fato o primeiro. Afinal, ele e Tute eram da mesma geração e tocavam nos mesmos grupos". ( Luís Filipe Lima)
Coube aos dois, portanto, dar início à técnica da “baixaria”, permitindo aos grupos de choro, sem bombardino, nem contrabaixo acústico, nem piano, que fizessem os contracantos na parte grave, liberando os violões de acompanhamento para construir harmonias completas.

China não chegou a ser um compositor de renome. Mesmo as músicas que escreveu junto com o irmão famoso, Pixinguinha, não costumam fazer parte do repertório dos músicos de hoje.

Suas obras são peças típicas do início do século XX, como choros, valsas, modinhas e schottisches estilizados pelo tempero da música brasileira que começava a se formar.

Apenas uma delas conseguiu alguma projeção: “Meu passarinho”, que teve gravação de Os Oito Batutas (conjunto criado por Pixinguinha), e que, mais recentemente, foi regravada por Henrique Cazes / Beto Cazes, Fernando Moura, e por Zé da Velha / Silvério Pontes.
São conhecidas cerca de 16 composições de China.

A carreira de China pode ser descrita pelos grupos dos quais fez parte:

Choro Carioca, criado por volta de 1911, em que tocava violão ao lado dos seus irmãos Pixinguinha (flauta, com apenas 14 anos de idade), Leo (violão), e Henrique (cavaquinho), além de Bomfiglio de Oliveira (trompete) e Irineu de Almeida (bombardino), responsável por alguns dos primeiros registros gravados dos contracantos graves no choro
Os Oito Batutas, formado em 1919, primeiro grupo importante criado por Pixinguinha, contando ainda, na formação original, com Donga, China, Nelson Alves, José A. de Lima, J. Thomaz; mais adiante, juntaram-se ao grupo Josué Barros ao violão, e J. Ribas ao piano. Os Oito Batutas se destacaram rapidamente pelo estilo novo que impunham à execução de músicas brasileiras, tendo excursionando por diversos estados, pela Europa e pela Argentina.

China não tem discografia própria. Ele pode ser ouvido em dois discos da série Memórias Musicais, lançada pela gravadora Biscoito Fino e pelo Instituto Moreira Sales:
"Os Oito Batutas" (2002), no CD 4, Pixinguinha Volume 1
"Conjunto Choro Carioca e Grupo Carioca" (2002), no CD 2
Edição: [Ygor Furtado]

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